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    O Kazha conversou com o JaME sobre suas origens, influência e o tempo que passaram na Holanda.
    Neste ano, o evento holandês Abunai! comemorou seu 10º aniversário. O convidado especial a se apresentar no evento foi a banda japonesa Kazha. Durante a abertura do evento, eles tocaram uma música como aquecimento para o show no sábado. Antes de seu show a banda se sentou com o JaME para responder algumas perguntas.
    Vocês poderiam se apresentar para nossos leitores?
    Kazuha Oda: Meu nome é Kazuha Oda, vocalista do Kazha.
    Hideki Matsushige: Meu nome é Hideki Matsushige. Sou o guitarrista.
    Zen Takamura: Meu nome é Zen Takamura. Sou o baixista.
    Rod Arias: E eu sou Rod Arias. Estou tocando bateria durante esta parte da turnê.


    O que inspirou vocês a se tornaram artistas? Vocês foram nasceram em um ambiente musical?

    Kazuha: Na verdade, eu comecei a cantar quando era criança, então honestamente não lembro a razão. Enquanto eu crescia vi muitos artistas ótimos. Eu também cresci em muitos países diferentes, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. Eu acho que minha vida em si me influenciou até agora.
    Hideki: Eu não posso responder essa pergunta ainda porque acho que ainda estou crescendo. Eu ainda estou aprendendo como tocar guitarra, então não posso te dizer agora.
    Kazuha: Quer dizer que algum dia você dirá?
    Hideki: Sim, algum dia.
    Zen: Eu comecei no ensino médio, eu assistia a bandas de rock tocarem na televisão. Eu senti que era o que eu gostaria de ser. Foi por isso que eu comecei a tocar música.
    Rod: Como a Kazuha, eu estive próximo dos palcos desde que eu tinha 6 anos. Eu comecei a tocar bateria quando tinha 13 anos. Eu simplesmente amava todo o processo criativo e ainda o faço hoje em dia.

    A banda foi formada em 2008 em Los Angeles. Como os membros se conheceram e formaram o Kazha?

    Kazuha: Na verdade nós nos conhecemos quando estávamos em outra banda. Nós fazíamos parte de uma banda de metal antes, então éramos companheiros de banda desde então. Eu acho que isso foi há 5 ou 6 anos. Então, nós nos mudamos para os EUA. Na época, nós fechamos um acordo de gravação em Los Angeles. É por isso que estávamos lá. Nós descobrimos algo novo por conta própria, então decidimos criar uma banda nova.

    Sua música é descrita como uma fusão de culturas e pontos de vista musicais que criam seu som. Esta fusão de culturas e pontos de vista é o resultado de vocês terem crescido em culturas e países diferentes? Como viajar e tocar através do mundo influenciou a música de vocês?

    Kazuha: Na verdade, nós crescemos em diferentes partes do Japão. Apesar de o Japão ser um país pequeno, a diferença de culturas ainda é evidente. Hideki é do sul do Japão, e eu sou da região de Tóquio. Zen veio do norte do Japão. Nós crescemos em lugares diferentes, especialmente eu. Eu cresci em outros países. Naturalmente isso influenciou nossa música. Todos vieram de ambientes diferentes e viveram vidas diferentes, mas é claro, somos pessoas diferentes.
    Hideki: Na verdade eu cresci no oeste do Japão (risos).
    Kazuha: Sim, claro, você está certo. Você é do oeste (risos).

    Suas letras são tanto em inglês como em japonês. Vocês já tiveram experiência com a barreira de idioma?

    Kazuha: Eu ainda passo por algumas dificuldades com o inglês porque ainda estou aprendendo. Claro, para os outros membros é difícil também, mas todos nós estamos aprendendo. Quando eu estou escrevendo letras, eu não vejo diferenças entre o japonês e o inglês; eu somente escrevo as músicas baseadas no que eu sinto. Eu realmente não escrevo letras complicadas. Mesmo em japonês, eu não quero usar palavras difíceis. Isso é porque eu quero que as pessoas entendam o que eu estou dizendo enquanto canto. Eu sinto que é melhor usar palavras simples, então as pessoas podem ouvir e sentir o que estou dizendo facilmente. Para mim, escrever em inglês e japonês é a mesma coisa. Quando eu escrevo a letra eu não vejo nenhum tipo de barreira.

    Como você decide quais partes da letra serão em inglês e quais você escreverá em japonês?

    Kazuha: Eu nunca pensei sobre isso (risos). Acontece naturalmente. Japonês e inglês possuem entonações diferentes; quando o tom sobe ou desce. Por exemplo, em inglês, quando você diz "how are you?" ("como você está?"), você sobe o tom ao dizer "are", mas não sobe o tom quando diz "how". Eu tento imaginar o que funciona melhor em inglês ou japonês. Na maior parte das vezes eu escrevo a melodia e a letra ao mesmo tempo. Então, acontece naturalmente.

    De onde vem a inspiração de vocês?

    Hideki: A inspiração vem naturalmente para mim. Eu simplesmente sento e escrevo. É isso.
    Zen: O mesmo para mim.
    Kazuha: Eu normalmente tento escrever o que me vem, mas às vezes eu não consigo escrever porque não me sinto criativa. Então, eu dou um passeio, ou tiro um tempo para assistir a um filme, ou ouvir a música de outros artistas. Eu me inspiro principalmente nos filmes. Há muitos filmes que me interessam. Eu gosto muito de dramas humanos, em especial.

    Ontem vocês tocaram uma canção durante a abertura do evento Abunai!. Qual foi a primeira impressão de vocês sobre a plateia holandesa?

    Zen: Eles pareciam muito quietos de início, mas quando terminamos eles aplaudiram bastante. Foi ótimo.
    Hideki: Eu senti que todos estavam realmente ouvindo a nossa música.
    Kazuha: Foi parecido com tocar para a plateia japonesa.
    Hideki: Sim, é verdade.
    Kazuha: Nós realmente sentimos que eles estavam nos ouvindo. Nos EUA é ótimo que eles curtam nossa performance, mas às vezes me pergunto se eles estão mesmo ouvindo no meio de toda aquela animação.
    Hideki: Todas as pessoas da Holanda são bem altas, não são? (risos)
    Kazuha: Até mesmo as mulheres são altas (risos).
    Hideki: Mas todos estavam sentados, então não pude reparar (risos).

    Vocês já tocaram em muitos eventos de anime. O que vocês mais gostam em tocar em eventos? Vocês sentem alguma diferença entre tocar em eventos e em um show normal?

    Hideki: Você pode ver muitas coisas japonesas em eventos, e por causa disso eu tenho essa sensação de proximidade. Em um evento você encontra anime, posteres e cosplay. Eu me sinto próximo a essas pessoas no evento. Eu sinto certo orgulho da cultura japonesa.
    Kazuha: Quando eu era criança eu também queria ser dubladora. Eu gostava muito de anime. Eu gosto muito de ver as pessoas de cosplay.
    Zen: Quando você está tocando em uma casa de show ou em um clube não há pessoas de cosplay. Não é algo que você vê normalmente. É diferente do normal e por isso que é divertido.

    Vocês gostam de assistir anime e ler mangá, e vocês tem alguma obra favorita?

    Zen: Eu gosto de Bleach.
    Hideki: Eu não assisto anime. Eu costumava ler mangá, quando era jovem. Eu li Rurouni Kenshin. É meu mangá favorito.
    Kazuha: O meu favorito é My Melody.

    Vocês estão gostando do evento Abunai! até agora? Qual é a diferença dela em comparação aos eventos dos EUA que vocês já visitaram e tocaram?

    Kazuha: Eu acho que muitas coisas são parecidas, mas eu posso te dizer que a cultura é totalmente diferente da dos Estados Unidos.
    Hideki: Os eventos são bastante parecidos, mas eu acho que a qualidade aqui é bem alta. Nos eventos dos EUA há cosplays feitos de papelão. Eles usam papelão e desenham nele para fazer um Gundam, por exemplo, e colam como fita adesiva. Na Holanda você não vê muitas pessoas fazendo isso.
    Kazuha: Sim, é verdade. A qualidade aqui é bem alta. No Japão também é incrível.

    É a primeira vez que vocês visitam a Holanda?

    Kazuha: Sim, mas eu já estive na Europa antes. Eu estive na Grã-Bretanha, Grécia e Espanha.
    Hideki: Você tem bastante dinheiro (risos).
    Kazuha: Não, não, não, não é isso (risos), mas é a primeira vez que eu visito a Holanda.

    Qual foi a primeira impressão de vocês sobre a Holanda? Vocês tiveram chance de visitar pontos turísticos?

    Hideki: É lindo!
    Kazuha: É um pouco parecido com o Japão. Nós não tivemos a oportunidade de ir visitar pontos turísticos. Não temos tempo.

    Se vocês tivessem tempo, o que gostariam de ver?

    Kazuha: Eu gostaria de ver os moinhos de vento e as tulipas. Eu gostaria de visitar lugares que possuem um clima típico holandês.
    Hideki: Artistas marciais holandeses são muito famosos no Japão. Eu gostaria de assistir uma competição.

    Hideki, você anunciou uma música nova na sua página do Facebook. Você pode nos contar mais sobre ela?

    Kazuha: Sim, você fez isso, não fez...
    Hideki: Sim, é verdade. Nós estamos trabalhando uma canção nova e a estamos gravando. Durante o arranjo da música eu penso muito se tudo está como eu quero que esteja. Eu penso tanto e isso faz com que o lançamento seja atrasado (risos).
    Kazuha: Nós esperamos lançar um novo álbum no fim do ano. Antes disso essa canção será lançada como um tipo de agrado aos nossos fãs.
    Hideki: Nós queremos lançar um material do qual nós estejamos satisfeitos. Até que a música seja lançada de verdade nós ainda estaremos trabalhando nela.

    Qual seria um desafio para vocês no futuro?

    Kazuha: Uma turnê europeia!
    Hideki: Meu desafio no momento, eu sinto que ainda estou no meio disso, é crescer mais como guitarrista. Eu quero crescer como músico. Eu também quero fazer uma turnê na Europa. Há muitos países que ainda não visitamos. Até mesmo nos EUA e no Japão há lugares que ainda não fomos, e agora que temos a internet eu gostaria de alcançar mais pessoas do mundo com nossa canção.
    Zen: Eu gostaria de melhorar meu inglês. Eu preciso praticar o inglês (risos).

    Vocês gostariam de deixar uma mensagem final para seus leitores?

    Kazuha: Pode parecer algo comum, dizer "nós daremos nosso melhor, então, por favor, nos apoiem" e "obrigada". Ainda há pessoas que não ouviram falar sobre nós, então, se possível, seria ótimo se as pessoas nos apresentassem aos seus amigos. Eu gostaria que nossa música fosse ouvida pelo maior número de pessoas possível. Nós continuaremos a nos esforçar.
    Hideki: Então, se fossemos resumir tudo: "Paz e amor".
    Kazha: (risos)


    O JaME gostaria de agradecer aos membros do Kazha e aos staffs do Abunai! por tornar esta entrevista possível.

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